A corrida pelo Palácio Guanabara em 2026 começa a ganhar contornos mais definidos – e a aliança entre Washington Reis e Wladimir Garotinho pode ser a grande “pedra no sapato” de Eduardo Paes. Com a confirmação da pré-candidatura de Reis ao governo do estado e a possibilidade de Wladimir ocupar a vaga de vice, o cenário político fluminense pode sofrer uma reviravolta estratégica.
Washington Reis não é um novato. Ex-deputado federal, ex-prefeito de Duque de Caxias, ex-secretário de transportes do estado e uma figura de peso no cenário político da Baixada Fluminense, carrega uma forte base eleitoral na região, conhecida por ser um reduto crucial para qualquer disputa estadual. Reis conhece como poucos as engrenagens do poder na Baixada Fluminense – região que, em uma eleição estadual, vale ouro. Sua popularidade local, somada à influência política ainda viva da família Garotinho no interior, pode construir uma frente anti-Paes, unindo forças que tradicionalmente não se alinham.
Wladimir, ex-deputado federal e atual prefeito de Campos dos Goytacazes, herdeiro direto do legado político de Anthony Garotinho, traz consigo uma máquina eleitoral consolidada e uma marca de combatividade que pode desequilibrar qualquer disputa e pode trazer votos essenciais do interior do estado – algo que Eduardo Paes, focado na capital, ainda encontra dificuldade em consolidar.
Essa dupla pode representar a união da Baixada e do interior contra a hegemonia do eixo Rio-capital, criando uma candidatura competitiva e com apelo popular. Enquanto isso, Eduardo Paes, que aparece como favorito em pesquisas preliminares, terá de lidar com o desafio de não perder espaço em regiões estratégicas.
Além disso, a possível chapa Reis-Wladimir pode se tornar um imã para partidos do chamado “centrão fluminense”, que buscam alternativas à polarização entre Paes e nomes da esquerda.
Se confirmada a chapa, Eduardo Paes terá que ampliar alianças e buscar fortalecer sua imagem fora da capital, ele nunca conseguiu fincar raízes fora do Rio de Janeiro. Sua imagem ainda é frágil na Baixada, e no interior, Paes é visto por muitos como o “prefeito da Zona Sul” – um rótulo que pode ser fatal em uma eleição estadual. Enquanto ele aposta em alianças com caciques da capital e no apoio velado do mercado, Washington e Wladimir podem oferecer o que realmente decide eleição: voto popular.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv
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