Decisão do STJ reacende esperança de justiça, mas expõe a fragilidade do sistema frente a criminosos do colarinho branco.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido da defesa de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro e protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção da história do país. A decisão abre caminho para que ele volte à prisão, mas a pergunta que não quer calar é: será que ele volta mesmo?
Cabral foi condenado a mais de 400 anos de prisão por comandar um esquema bilionário que saqueou os cofres públicos do Rio de Janeiro. Ainda assim, passou os últimos anos usufruindo de privilégios, benefícios e recursos judiciais que o mantiveram longe das grades, sob o confortável regime domiciliar. Para um homem que institucionalizou a corrupção no estado, a pena tem sido quase simbólica.
A decisão do STJ, embora correta, chega tarde e carrega o peso de um Judiciário que sempre parece agir com delicadeza quando o réu veste terno e gravata. Quantos anos mais serão necessários para que a Justiça seja efetiva? Quantos recursos e habeas corpus ainda serão apresentados para adiar o inevitável?
O caso Cabral é um teste para a democracia brasileira. Se ele permanecer em liberdade, a mensagem será clara: no Brasil, o crime compensa – desde que você tenha poder e bons advogados.
É hora de virar essa página vergonhosa. Sérgio Cabral deve voltar para a prisão e cumprir cada dia da pena que a sociedade exige. O contrário será mais um capítulo da crônica da impunidade que corrói as instituições brasileiras.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv