Em vez de punir sindicatos acusados de apropriação indevida, governo recorre à dívida pública e obtém apoio da Advocacia-Geral da União para suspender decisões judiciais que garantiam ressarcimento imediato às vítimas.
Em mais um capítulo da degradação institucional que assola o Brasil, Lula decidiu repassar ao contribuinte a fatura de um escândalo bilionário envolvendo práticas fraudulentas praticadas por sindicatos e entidades ligadas ao INSS. O caso, que atinge aposentados em todo o país, revela a face mais perversa da promiscuidade entre o Estado e estruturas sindicais historicamente ligadas ao Partido dos Trabalhadores.
Milhares de beneficiários da Previdência Social foram surpreendidos com descontos indevidos em seus contracheques, realizados por organizações com atuação duvidosa e, em muitos casos, amparadas por alianças políticas. As denúncias, que envolvem cobranças por empréstimos nunca contratados ou autorizações forjadas, apontam para o maior esquema de apropriação indevida da história do sistema previdenciário brasileiro.
Contudo, em vez de responsabilizar diretamente os autores e assegurar a reparação aos lesados, o governo optou por uma saída que penaliza justamente quem nada teve a ver com o crime: a população.
Em um movimento ainda mais polêmico, a Advocacia-Geral da União, com respaldo do Palácio do Planalto, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspensão de todas as decisões judiciais que vinham determinando o ressarcimento imediato dos aposentados. O argumento apresentado foi a suposta necessidade de “uniformização” da jurisprudência. O STF acolheu o pedido e congelou todas as ações em curso.
Com isso, os sindicatos acusados de fraude continuam operando normalmente, e nenhum dirigente foi até agora responsabilizado criminalmente. O sistema protege os aliados e sacrifica os vulneráveis.
A indignação nesse episódio não é apenas um ataque aos direitos de cidadãos idosos e muitas vezes dependentes da renda previdenciária, mas também um precedente perigoso de blindagem política e uso do Estado como escudo para fraudes.
Por que o governo federal escolheu proteger sindicatos acusados de fraudes em vez de garantir justiça aos aposentados?. E até quando o cidadão comum continuará pagando pela má gestão e pela aliança tóxica entre sindicatos e poder público?
A crise é institucional, moral e econômica. E, mais uma vez, quem paga a conta é o contribuinte.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv
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