Com decisões centralizadoras, discursos egocêntricos e um governo cada vez mais distante da realidade da população, Lula é acusado de colocar sua imagem acima dos interesses do país.
Desde que retornou ao Palácio do Planalto em 2023, Lula da Silva tem acumulado controvérsias, não apenas por decisões políticas, mas por um padrão de comportamento que, segundo críticos, beira o narcisismo político. A crescente personalização do poder, o culto à própria figura e a recusa em aceitar críticas levantam uma pergunta incômoda: estaria Lula se colocando acima do Brasil?
A retórica do presidente em eventos nacionais e internacionais tem girado mais em torno de sua trajetória pessoal do que dos problemas urgentes do país. Em discursos oficiais, o foco muitas vezes se volta para comparações com governos anteriores, autorreferências e a constante exaltação de seu “retorno triunfal”, enquanto o custo de vida explode, a violência urbana aumenta e a confiança nas instituições despenca.
Para analistas políticos, Lula age como se sua mera presença na presidência fosse a solução para os males do país — uma postura que ignora a complexidade dos desafios brasileiros e alimenta um perigoso distanciamento da realidade.
A “reconstrução do Brasil”, lema repetido à exaustão durante a campanha, não se concretizou. Os investimentos estatais minguam, a economia dá sinais de estagnação e escândalos silenciosos minam a credibilidade do governo. Ainda assim, Lula prefere direcionar os holofotes para viagens internacionais, encontros com chefes de Estado e declarações polêmicas que colocam sua imagem como símbolo de resistência global, enquanto o Brasil segue à deriva.
“Um governo narcisista não ouve, não reconhece erros e enxerga qualquer crítica como ataque pessoal. Isso impede a autocrítica e compromete a gestão pública.” Lula, que outrora se apresentava como a voz do povo, hoje parece cada vez mais isolado em sua bolha de adulação e autoridade incontestável.
Esse comportamento é percebido até mesmo dentro do próprio PT. Bastidores em Brasília indicam que ministros e aliados têm dificuldades de apresentar propostas que contrariem as vontades do presidente, com medo de retaliações ou desautorização pública.
Enquanto Lula insiste em proteger sua imagem e atacar adversários com veemência, os brasileiros enfrentam filas no SUS, insegurança nas ruas e perda de poder de compra. Lula fala para plateias escolhidas a dedo, mas parece surdo aos gritos vindos do povo.
O país precisa de liderança responsável, planejamento técnico e decisões impopulares quando necessárias — não de discursos messiânicos e estratégias midiáticas para manter viva a narrativa de um “salvador da pátria”.
Se Lula continuar a governar com os olhos voltados para o espelho e não para o povo, o Brasil corre o risco de quebrar e se perder em meio ao personalismo e à estagnação. Um governo que se coloca acima da nação não serve ao povo — apenas a si mesmo.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv | www.falageral.com.br