Mais um capítulo vergonhoso para o Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados já gastou R$ 807,5 mil com a remuneração da fisioterapeuta Gabriela Batista Pagidis, A jovem de 30 anos está lotada como secretária parlamentar no gabinete de Hugo Motta (Republicanos-PB) desde 1º de junho de 2017. Nesse período, o salário dela variou de R$ 1.550,66 a R$ 16.714,06. O problema? Tudo indica que Gabriela é uma funcionária fantasma.
Enquanto milhões de brasileiros enfrentam dificuldades econômicas, um cargo comissionado de quase R$ 17 mil por mês é ocupado por alguém que sequer aparece para trabalhar. Nenhum registro de presença, nenhuma atividade parlamentar comprovada. Ela segue com suas atividades nas clínicas que trabalha, o Instituto Costa Saúde e Centro Clínico Bandeirantes em Brasília.
Gabriela antes de ser nomeada no gabinete do presidente da Câmara, em 5 de fevereiro de 2014 teria sido nomeada na mesma função no gabinete do ex-deputado federal Wilson Filho, hoje secretário de Educação da Paraíba e aliado do presidente da Câmara.
É o retrato da impunidade. Um esquema que, se confirmado, configura improbidade administrativa e peculato, crimes graves que poderiam levar à cassação do deputado. Mas será que isso vai acontecer? A história mostra que, no Brasil, quem tem poder dificilmente paga a conta.
Procurado, a assessoria de Hugo Motta não atendeu e não retornou. A Câmara, que deveria zelar pela moralidade, ainda não se pronunciou. O silêncio diz muito. Enquanto isso, o contribuinte arca com um sistema inchado, corrupto e complacente com práticas que envergonham a democracia.
Até quando os brasileiros vão aceitar que seus impostos financiem fantasmas de luxo nos corredores do poder? A Câmara deve explicações. E rápido.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv