O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, acaba de provar que seu compromisso não é com a Constituição nem com o povo, mas com a blindagem da elite política e do Judiciário. Ignorar 41 assinaturas que pedem a abertura do impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes — um número expressivo que demonstra a insatisfação concreta dentro da própria Casa — é um ato flagrante de autoritarismo disfarçado de gestão.
Alcolumbre não está apenas se omitindo; está sabotando o funcionamento democrático do Senado ao usar sua posição para barrar um processo legítimo, negando à nação a transparência e a responsabilização que são direitos básicos em uma democracia de verdade. Essa postura autoritária, além de covarde, é um tapa na cara dos parlamentares que legítima e democraticamente decidiram pela investigação.
O regimento interno é claro e oferece mecanismos para que os senadores ultrapassem essa barreira imposta por um presidente que age como chefe de facção, e não como representante do povo. Cabe aos senadores corajosos romper essa blindagem e dar início ao impeachment, fazendo valer a soberania popular e o Estado de Direito.
Não podemos aceitar que o Senado se transforme em uma casa de conivência e acobertamento, protegendo ministros que agem acima da lei e abafando qualquer tentativa de controle ou crítica.
Davi Alcolumbre, com sua recusa, escancara um projeto político que subverte a democracia, atiça a impunidade e ignora o clamor popular por justiça.
A hora é de pressão máxima. Senadores têm nas mãos a responsabilidade histórica de romper com essa farsa e garantir que a democracia não seja refém de interesses escusos. Se o Senado falhar, estará selando o próprio descrédito e o fim da esperança de um país verdadeiramente livre.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv
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