Nos últimos anos, o debate sobre a chamada “linguagem neutra” tem extrapolado os círculos acadêmicos e invadido salas de aula, materiais didáticos e projetos pedagógicos em diversas escolas pelo Brasil. O que começou como uma suposta tentativa de “inclusão” linguística, aos poucos vem se revelando uma agenda ideológica travestida de pedagogia.
O problema se agrava quando entidades, ONGs e até sindicatos ligados à educação pressionam direções escolares a adotarem cartilhas com termos como “alune”, “todxs” ou “elu/elu”, ignorando completamente as normas gramaticais da língua portuguesa, além da realidade da maioria dos alunos e famílias.
Entre a ideologia e a educação
A educação deveria ser o espaço da razão, da ciência, do pensamento crítico e da formação cidadã. No entanto, muitos pais têm denunciado que suas crianças estão sendo expostas a conteúdos ideológicos sem qualquer consulta prévia ou autorização — o que vai de encontro à liberdade das famílias de educar seus filhos de acordo com seus valores.
Em nome de uma suposta “inclusão”, impõe-se uma linguagem artificial, sem base científica nem respaldo legal, em detrimento do aprendizado básico de leitura, escrita e interpretação. A questão não é a inclusão — que é legítima e deve ser garantida por meio de respeito e igualdade de direitos — mas a imposição de uma linguagem que desrespeita as estruturas da própria língua e a autonomia das famílias.
Quando o ativismo suplanta a pedagogia
Em vez de melhorar os indicadores de alfabetização, combater a evasão escolar ou valorizar o magistério, algumas instituições preferem gastar energia promovendo pautas identitárias. Professores são, em certos casos, obrigados a se adequar a essas novas terminologias, sob pena de represálias institucionais.
E mais: quem se opõe é rapidamente taxado de “preconceituoso” ou “intolerante”, numa espécie de patrulha ideológica que impede o diálogo honesto e o pluralismo de ideias.
A voz dos pais e a urgência da legislação
Movimentos de pais e mães têm reagido. Em diversos estados e municípios, projetos de lei foram apresentados para garantir que os responsáveis sejam informados sobre conteúdos relacionados a identidade de gênero, sexualidade e linguagem nas escolas. Afinal, quem deve decidir sobre a formação moral e de valores de uma criança? O Estado ou a família?
A tentativa de impor a linguagem neutra, portanto, não é apenas uma tolice linguística: é um sintoma de um projeto mais amplo de doutrinação silenciosa — e muitas vezes, financiada por interesses externos à realidade escolar.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv
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