O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um relatório alarmante sobre os gastos de Luiz Inácio Lula da Silva com cartões corporativos da Presidência da República. Segundo o órgão, 99% das despesas realizadas entre janeiro de 2023 e abril de 2025 não possuem detalhamento público, impossibilitando a sociedade de saber como foram utilizados R$ 55,2 milhões de um total de R$ 55,5 milhões.
De acordo com a auditoria, apenas 0,5% dos valores — cerca de R$ 300 mil — tiveram algum tipo de descrição nos registros disponíveis. O restante dos gastos é classificado como “sigiloso” ou aparece sem informações sobre fornecedores, produtos ou serviços adquiridos.
O TCU considera a situação “preocupante” e aponta falhas graves nos mecanismos de controle e prestação de contas. Para os auditores, a ausência de informações compromete o princípio da transparência e impede que a sociedade avalie se os recursos públicos estão sendo usados de forma correta e responsável.
É inadmissível que quase a totalidade dos gastos com cartões corporativos do chefe do Executivo seja feita no escuro. A Constituição garante o direito de fiscalização por parte dos órgãos de controle e da população.
Embora o uso de cartões corporativos seja prática comum nos governos federais, a falta de detalhamento nos gastos da atual gestão reacende críticas sobre o excesso de sigilo. Durante a campanha presidencial, Lula prometeu reforçar mecanismos de transparência, mas o relatório do TCU indica que o cenário é oposto.
O tribunal deverá encaminhar recomendações ao Planalto para que todos os gastos sejam discriminados em até 90 dias. Caso não haja adequações, o TCU pode determinar a abertura de uma tomada de contas especial, procedimento que pode resultar em responsabilizações administrativas.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageraltv
Todos os dias sempre um novo artigo com opinião e análises políticas.