Declaração do ex-presidente expõe racha na direita fluminense e sinaliza indefinição sobre o palanque bolsonarista no Rio para 2026
Em declaração incisiva, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) descartou apoio ao governador Cláudio Castro (PL) para o Senado e ao presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), para o governo do Rio em 2026. “Não vou apoiar Cláudio Castro para o Senado, nem Bacellar para o governo. Pode avisar lá. Vou esperar as coisas acontecerem e decidir com calma o que vamos fazer no Rio em 2026″, afirmou Bolsonaro a aliados, segundo apurou a equipe do Fala Geral.
A fala representa um divisor de águas nas articulações da direita fluminense. Cláudio Castro (PL) vinha tentando se consolidar como herdeiro político do bolsonarismo no estado após ter recebido apoio decisivo de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Já Rodrigo Bacellar (União), com forte influência na Assembleia Legislativa (ALERJ) e tentativas de aproximação com setores conservadores, também contava com uma possível bênção do ex-presidente para alavancar sua candidatura ao Palácio Guanabara.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro avaliam que tanto Castro quanto Bacellar se afastaram de pautas e compromissos assumidos com o ex-presidente. Um interlocutor próximo afirmou que Bolsonaro estaria “desconfortável” com movimentos recentes de ambos, sobretudo em relação à exoneração de Washington Reis (MDB) ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário estadual, por Bacellar enquanto governador interino.
A declaração surpreendeu parte da base bolsonarista fluminense, que agora se vê sem uma liderança clara para 2026. Internamente, o nome de Reis, chegou a ser citado por Bolsonaro como seu possível candidato, mas, segundo um grupo em conversas privadas mais próximo de Bolsonaro, Reis também já estaria descartado.
Segundo fontes, Bolsonaro pretende observar o cenário político até o final de 2025 antes de definir seu apoio no Rio. O ex-presidente avalia nomes que possam representar de forma mais fiel seus princípios conservadores e a base evangélica, além de manter fidelidade ideológica.
Enquanto isso, figuras como o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) são cogitados como alternativas viáveis para liderar a chapa majoritária no estado.
Com as declarações de Bolsonaro, o cenário eleitoral do Rio de Janeiro ganha um novo capítulo de incertezas — e promete disputas acirradas nos bastidores da direita fluminense.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político