Um policial penal foi preso em flagrante ao tentar facilitar a entrada de 130 celulares e mais de 20 quilos de drogas no Presídio Nelson Hungria, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio, na tarde desta segunda-feira (24). A ação resultou ainda no afastamento da direção da unidade e na instauração de uma intervenção operacional.
De acordo com informações apuradas, o auxiliar de segurança identificado como Wagner recebeu bolsas entregues por uma mulher, Maria Carolina Primo Ferreira, que aparece cadastrada como visitante em outra penitenciária. O material não passaria pelo procedimento padrão de revista, mas a atitude do servidor chamou atenção de um porteiro, que acionou a segurança. A mulher conseguiu fugir.
Dentro das bolsas, a Secretaria de Administração Penitenciária encontrou 130 celulares, 17 quilos de maconha, três quilos e meio de cocaína, 80 pedras de crack, 185 gramas de haxixe e 50 chips de telefonia. O policial foi levado para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e teve a prisão mantida.
A Corregedoria instaurou procedimento para apurar a participação de outros servidores no esquema. O diretor do presídio, Rogério Souza Ferreira, o subdiretor, Geir de Abreu Deberg, e o chefe de segurança, Marcus Rangel Júnior, foram afastados preventivamente.
Com a intervenção operacional, as visitas presenciais e por parlatório foram suspensas por tempo indeterminado. Segundo a pasta, as medidas buscam garantir a lisura das investigações e reforçar o combate a práticas criminosas dentro das unidades prisionais.
O Presídio Nelson Hungria é apontado como base de atuação da facção criminosa Povo de Israel, presente em diversas unidades do sistema penitenciário do estado. Quatro internos considerados lideranças do grupo foram transferidos para o Presídio de Bangu 1.
A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou manter política de tolerância zero para servidores envolvidos com irregularidades e destacou que continuará intensificando ações de controle e fiscalização.





